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19 de Abril de 2024

Ex-ministro Palocci é preso em nova fase da Lava Jato

Operação investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Estão sendo cumpridos 45 mandados judiciais, sendo três de prisão.

há 8 anos

O ex-ministro Antonio Palocci (PT) foi preso na 35ª fase da Operação Lava Jato, que foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira (26). Ao todo, foram expedidos 45 mandados judiciais, sendo 27 de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois liberada. A operação ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Ex-ministro Palocci preso em nova fase da Lava Jato

O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil AntonioPalocci, em foto de junho de 2011 (Foto: WilsonPedrosa/Estadão Conteúdo)

Antônio Palocci foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda no governo Lula. A ação foi batizada de "Omertà".

A prisão do ex-ministro foi um pedido da PF, acatado pela Justiça. Ele foi detido em apartamento na Alameda Itu, no bairro Jardins, em São Paulo, e será levado da PF na capital paulista para a carceragem da PF, em Curitiba, no ínicio da tarde. Os policiais também cumprem mandados na casa e no escritório do ex-ministro.

Os outros dois presos são: o ex-secretário daCasa Civil Juscelino Antônio Dourado e Branislav Kontic, que atuou como assessor na campanha de Palocci em 2006. Eles também serão levados para Curitiba.

O G1 tenta contato com os advogados dos investigados.

As suspeitas sobre Palocci na Lava Jato surgiram na delação do ex-diretor de Abastecimento daPetrobrasPaulo Roberto Costa. Ele disse que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef lhe pediu R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff. O pedido teria sido feito por encomenda de Palocci. Youssef está preso na PF em Curitiba.

Ex-ministro Palocci preso em nova fase da Lava Jato

Policiais federais chegam com malotes apreendidos na 35ª fase da Lava Jato (Foto: Tatiana Santiago/G1)

Investigações

Segundo a PF, há indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e a Odebrecht. O investigado teria atuado diretamente como intermediário do Partido dos Trabalhadores perante o grupo Odebrecht.

"Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos", diz a PF.

As investigações apontam ainda que entre as negociações estão tratativas entre o grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009, que resultaria em imensos benefícios fiscais, aumento da linha de crédito junto aoBNDES para um país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência em licitações da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal.

Ainda conforme a PF, outro núcleo da investigação apura pagamentos efetuados pelo chamado “setor de operações estruturadas” da Odebrecht para diversos beneficiários que estão sendo alvo de medidas de busca e condução coercitiva.

Operação Omertà

Segundo a PF, Omertà "é uma referência a origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase, bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do setor de operações estruturadas”, permitiu o aprofundamento das investigações.

Além disso, o nome remete à postura atual do comando da empresa, que se mostra" relutante em assumir e descrever os crimes praticados ".

34ª fase

A penúltima fase, deflagrada na quinta-feira (23), foi batizada de Arquivo X e mira a contratação, pela Petrobras, de empresas para a construção de duas plataformas de exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas Floating Storage Offloanding (FSPO´s). O valor do contrato foi de US$ 922 milhões, de acordo com os investigadores.

Sete investigados foram presos temporariamente, e o prazo vence nesta segunda-feira (26), podendo ser prorrogado pelo mesmo período ou convertido em prisão preventiva, que é quando não há prazo para deixar a carceragem.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chegou a ser preso, mas posteriormente teve o mandado revogado pelo juiz federal Sérgio Moro.


Fonte: G1.

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É como rebuscar na lama de fundo do poço.
Quanto mais se mexe, mais escuro fica.
A impressão (não sei se é apenas impressão) que se tem é de que todo o cenário político se envolve na trama, seja de uma ou outra forma, e que a solução se daria pelo recomeço.
Existe muita resistência à seriedade e isso estamos acompanhando nos candidatos às eleições de outubro.
Não estão levando nada a sério. Continuam as palhaçadas e o palco repleto de palhaços que pleiteiam seu lugar ao sol do mesmismo, da incompetência, da ignorância, do oportunismo barato de candidatos e partidos.
Enquanto os partidos políticos que nascem no Brasil com mais voracidade que as ervas daninhas não forem responsabilizados e penalizados por seus candidatos mal preparados e inadequados às funções que buscam concorrer, não existirá a moralização que precisamos.
Gente suja, ladrões descarados, mentirosos!
Meu voto é nulo. Essa é a minha resposta mais do que analisada e ponderada, para essa sujeira toda.
Não vou votar no menos pior, porque ele pode ser menos, mas é pior também! continuar lendo